Continuo gastando meu tempo com obrigações demais, gostaria de usar meu tempo para as coisas que me aprazem, que certamente me darão muito mais satisfação. Enquanto não posso desfrutar da vida que me pertence e do tempo que me escoa, vou lidando com os infortúnios da maneira menos caótica e danosa que consigo. Não li nada, uma vergonha, eu sei, mas escrevi mil e seiscentas palavras, mais de mil delas direcionadas para a entrada de número duzentos do meu futuro livro póstumo, que conta com mais de noventa mil palavras até agora, quase batendo as noventa e duas mil palavras do meu romance mais trabalhado até agora. Um dia eu chego lá, quem sabe eu não passo até o Proust em suas 1,3 milhão de palavras, já que passá-lo em conteúdo e genialidade é praticamente impossível. Além da obsessão quantitativa, também exagero nas consequências qualitativas dos meus textos, dando-me ainda mais trabalho para tudo que escrevo. O que realmente importa é continuar, não desistir, seguir adiante, mesmo quando a vida chuta-me os ovos e cospe-me na cara. Persistência é tudo, mas é preciso paciência e muita coragem. Sigamos… nos lemos noutras palavras. Até.
Diário de escrita