Comecei o dia certo de que as coisas iriam dar muito errado. Embora tenha dormido alguns minutos a mais do que costumo dormir, continuou sendo muito pouco. Levantei cansado, preocupado e cheio de tarefas para com a mãe, o cão e a casa. Tentei resolver o que podia e tentei me concentrar em organizar mais um pouco o escritório, já que estava sem o arrumar há alguns dias. Cataloguei alguns livros e acompanhei de perto o sono pesado do cão convalescente. Quando a tarde já ia terminando, aconteceu o milagre. Do nada, Dino, o bom e antigo cão, voltou do seu xixizinho maroto e foi direto para a vasilha de comida, achei que a cheiraria como sempre fazia e desistiria de comer para voltar ao sono profundo, mas não, surpreendendo tudo e a todos, principalmente a mim, ele decidiu comer tudo, ao ponto de limpar a vasilha, coisa que não fazia há mais de duas semanas. Fiquei até preocupado pelo tanto que comeu, mas outra vez ele superou as baixas expectativas e ficou muito bem pelo resto do dia. Agora há pouco, inclusive, comeu mais um pouco. O resultado foi este: pude sorrir um pouco, pude dar atenção às outras coisas, sem o medo martelando minha cabeça. Acabei catalogando muitos livros e escrevendo relativamente bem. Foram pouco mais de mil e quatrocentas palavras, também li um ensaio do Betto, o Frei, e passei a noite bem mais tranquilo. Espero que essa onda de alegria perdure por muitos meses, preciso e até mereço, para ser bem sincero. É isso, noutras palavras a gente volta. Até mais ler.

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