Sete prateleiras de dez, quase lá. Ah, é, tenho que falar de escrita, não do meu trabalho com a marcenaria. Mas é uma estante para livros, livro é literatura, literatura se escreve, logo, estou falando de escrita. Além do dia produtivo e exaustivo com o trabalho de organizar a biblioteca, também escrevi, ora vejam, quem diria. Escrevi mais de mil e seiscentas palavras, li muito pouco e cansei demais. Descobri que trabalhar fisicamente dói mais, mas também produz mais dopamina, coisa que ando precisando horrores. Por isso, digo que o dia foi satisfatório, mais três prateleiras e eu acabo o primeiro pesadelo, depois tem a parte de montar a estante inteira, envernizar, esperar secar, tirar livro por livro das caixas, catalogar, organizar e colocar tudo no lugar. E depois? Depois eu começo o projeto para montar mais uma prateleira e repito isso até ter lugar para todos os milhares de livros que eu possuo. O texto vai ficando em segundo plano até que eu tenho espaço para o corpo transitar e para a mente raciocinar, essa é a primordial estratégia para os próximos dias (leia-se meses). Escrever é ato de revolução, construir uma estante é ato de organização e necessidade, reerguer uma biblioteca é ato de salvação. Salve-se, Pedro, salve-se. Até.

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