Dia de escrever no quarto de hospital. Dia de silêncio ao digitar as teclas, dia de viver o tempo arrastado entre o desespero e a esperança. Em torno de mil e quinhentas palavras fiz a minha memória grafada, em torno do pouco tempo dei vida a mais um dia enclausurado, corrido e cheio de tristezas. A memória me escapa, as palavras sulcam experiências, o corpo reclama e a mente entorpece. Sou filho da falta de tempo e do senhor caos, tentando redobrar os cuidados com minha própria pessoa e fazer dos dias um livro. Leio o que é possível e reflito sobre a verdade promulgada por outros, considero as versões e descarto as certezas. Querem me vender mágoas, mas não tenho mais onde carregar tanta angústia. Sigo reto, torto, dobrado ou esticado, mas sigo. Até.

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