As primeiras notícias do alvorecer não foram nada favoráveis. O que fazer mediante a dor? Postergar é sempre a primeira resposta. Esse tempo perdido só pode ser lamentado. Mas sempre me indago, o que eu poderia ter criado também nesse período?
Em algum momento do dia eu superei a inação e confrontei a mente. Mostrei-lhe o documento em branco e ela me mostrou o que fazer. Meus dedos cooperaram. Formamos uma bela equipe; eu, meus dedos e minhas ideias.
Comecei com dois versos, um rimado e outro de desabafo. Depois senti que precisava poetizar em prosa e comecei um conto, uma narrativa simbólica, cheia de lirismo. Separei esse conto para uma nova categoria de contos que pretendo construir, um lado obscuro da minha criatividade.
Assim eu concluí 1036 palavras. Uma boa jornada e, embora não tenha tocado no romance, foi um bom dia. Mesmo passeando pelas profundezas da mente ainda me deparo com o criativo. Seria parte da minha imaginação fecunda, ou apenas rastros ocultos do que sou? Uma questão para outro dia.
Findo a noite na leitura de um livro.