Um dia para guardar no tempo, uma memória. Fui ao cardiologista. Escrevi mil cento e onze palavras, li algo que não me lembro, dei aulas e vi que não sabia mais quem eu fui. Assim foi a noite o dia e a tarde. Assim fui e voltei. De onde? Sequer sei. Passo do ponto que palavras são apenas registros, passo da palavra que registrou-me. Escrevo, não sei mais porquê. Espero entender e vou escrevendo. Sem aparentes motivos para deixar de digitar e explicar a mim mesmo aquilo que nunca entenderei. Vai, palavra, diz por mim o que não consigo dizer. Até.
Diário de escrita