Algo impede minha produção, esse algo sou eu, na verdade, o que tem dentro de mim, dentro do cérebro, essa coisa que me desanima a encarar minhas tarefas, mesmo as que eu mais gosto de fazer. Tudo é um impeditivo, tudo é tão custoso, tudo é tão desgastante. Queria saber mudar tudo isso e não mais sofrer, mas nem isso eu sei. Só sei que preciso, só sei que quero, só sei que esse é o caminho e para por aí. Escrevi mil palavras, menos ainda do que ontem, mas a entrada para o livro ficou boa, boa o bastante para eu achar que ficou boa. Não li, havia tempo que eu não ficava sem ler, mas agora eu fiquei. Completamente perdido nas tarefas, desorientado, movido por impulsos e apenas impulsos ruins. Esse sou eu, o escritor desconhecido que agora dá tchau, que vai dormir frustrado por outro dia perdido. E por que tudo isso? Porque sempre estive frustrado, condição inata do meu ser, advinda do transtorno que só agora descobri. Obrigado, vida, você é mara.
Diário de escrita